Crise: ótimo momento para comprar carro!
Ajuda do governo à indústria de veículos está melhorando as condições de financiamento
Marcos Crivelaro*
Menor oferta de crédito, maior dificuldade para aprovar o cadastro do comprador, maiores taxas de juros nos financiamentos e a insegurança do trabalhador de perder o emprego e não poder honrar o pagamento das parcelas são os fatores que fizeram reduzir as vendas de veículos, que recuou 13,81% em outubro, na comparação com o comportamento do mercado em setembro, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Mas, apesar da queda nesse último trimestre, 2008 ainda registra 22,17% mais emplacamentos em relação ao ano passado.
- Ajuda do governo: a indústria de veículos, que movimenta cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, recebeu do governo federal R$ 4 bilhões e do governo paulista mais R$ 4 bilhões para manter as vendas de veículos num nível elevado até o final do ano. O dinheiro foi direcionado para as 15 financeiras das montadoras por meio do Banco do Brasil e da Nossa Caixa. Os bancos governamentais negociam a compra da carteira de crédito das montadoras que sofrem com a falta de recurso. Muitas montadoras já estão anunciando que com essa ajuda governamental as condições de financiamento estão melhorando.
- Financiamento: entre janeiro e setembro do ano passado, 72% dos automóveis comercializados foram vendidos a prazo, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). A metade tinha sido financiada com prazos médios de 42 meses. Antes da crise, 85% das vendas eram financiadas em até 84 meses. Diferente de antes da crise, agora dificilmente existe oferta de financiamento sem entrada. Atualmente, pede-se uma entrada de, no mínimo, 20% do valor total do veículo. A taxa de juros aumentou para quase 10% ao mês e o parcelamento encolheu de 48 para 36 prestações. Ao comparar financiamentos, faça um cálculo importante: analise o valor total financiado menos o valor à vista dividido pelo número de parcelas financiadas. Se a parcela ficou “pesada”, prefira um modelo mais simples e mais barato. Pense que o normal é você ficar com um carro por cerca de três anos e é muito mais fácil revender um carro quitado do que um que possua muitas parcelas pela frente. Esses problemas no financiamento resultaram em pátios lotados. Em outubro, os pátios das montadoras e concessionárias de veículos encerraram com 297,7 mil veículos novos em estoque, volume superior à produção total do mês, de 296,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
- Oportunidade: a dica do megainvestidor Warren Buffett é de ser "conservador quando os outros estão vorazes e de ser voraz quando estes estão conservadores". Adaptando essa dica para o mercado de automóveis, final de ano é sinônimo de promoções e oportunidades nas concessionárias que querem renovar os estoques porque têm que arcar com o IPVA e a linha 2009 que está prestes a chegar. Comprar carro zero quilômetro de modelo que vai sofrer pequenas mudanças pode representar uma economia de 30% do preço do veículo. Prefira as versões de veículos que já vêm com pacotes de série. Equipamentos extras numa versão simples perdem muito valor num veículo usado.
- Concorrência: apenas preço não é o fator decisivo na escolha do modelo que o consumidor vai fazer. Muitos já não se fidelizam mais a uma determinada marca. Querem um veículo que atenda ao maior número possível de quesitos que são importantes na sua avaliação pessoal. Sedan, picape, perua? Para cada um, existem várias opções. Design, tecnologia, motor, porta-malas, espaço interno... Isso sem levar em conta o grande número de montadoras nacionais e estrangeiras. Com tantas variáveis envolvidas, faça uma tabela comparativa de preços e dos pontos fortes e fracos dos veículos que estão disputando a sua garagem.
*Marcos Crivelaro é professor PhD da FIAP e da Faculdade Módulo, especialista em matemática financeira e consultor em finanças. Co-autor do livro “Como sair do vermelho e tornar-se um investidor de sucesso”.
Ajuda do governo à indústria de veículos está melhorando as condições de financiamento
Marcos Crivelaro*
Menor oferta de crédito, maior dificuldade para aprovar o cadastro do comprador, maiores taxas de juros nos financiamentos e a insegurança do trabalhador de perder o emprego e não poder honrar o pagamento das parcelas são os fatores que fizeram reduzir as vendas de veículos, que recuou 13,81% em outubro, na comparação com o comportamento do mercado em setembro, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Mas, apesar da queda nesse último trimestre, 2008 ainda registra 22,17% mais emplacamentos em relação ao ano passado.
- Ajuda do governo: a indústria de veículos, que movimenta cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, recebeu do governo federal R$ 4 bilhões e do governo paulista mais R$ 4 bilhões para manter as vendas de veículos num nível elevado até o final do ano. O dinheiro foi direcionado para as 15 financeiras das montadoras por meio do Banco do Brasil e da Nossa Caixa. Os bancos governamentais negociam a compra da carteira de crédito das montadoras que sofrem com a falta de recurso. Muitas montadoras já estão anunciando que com essa ajuda governamental as condições de financiamento estão melhorando.
- Financiamento: entre janeiro e setembro do ano passado, 72% dos automóveis comercializados foram vendidos a prazo, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). A metade tinha sido financiada com prazos médios de 42 meses. Antes da crise, 85% das vendas eram financiadas em até 84 meses. Diferente de antes da crise, agora dificilmente existe oferta de financiamento sem entrada. Atualmente, pede-se uma entrada de, no mínimo, 20% do valor total do veículo. A taxa de juros aumentou para quase 10% ao mês e o parcelamento encolheu de 48 para 36 prestações. Ao comparar financiamentos, faça um cálculo importante: analise o valor total financiado menos o valor à vista dividido pelo número de parcelas financiadas. Se a parcela ficou “pesada”, prefira um modelo mais simples e mais barato. Pense que o normal é você ficar com um carro por cerca de três anos e é muito mais fácil revender um carro quitado do que um que possua muitas parcelas pela frente. Esses problemas no financiamento resultaram em pátios lotados. Em outubro, os pátios das montadoras e concessionárias de veículos encerraram com 297,7 mil veículos novos em estoque, volume superior à produção total do mês, de 296,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
- Oportunidade: a dica do megainvestidor Warren Buffett é de ser "conservador quando os outros estão vorazes e de ser voraz quando estes estão conservadores". Adaptando essa dica para o mercado de automóveis, final de ano é sinônimo de promoções e oportunidades nas concessionárias que querem renovar os estoques porque têm que arcar com o IPVA e a linha 2009 que está prestes a chegar. Comprar carro zero quilômetro de modelo que vai sofrer pequenas mudanças pode representar uma economia de 30% do preço do veículo. Prefira as versões de veículos que já vêm com pacotes de série. Equipamentos extras numa versão simples perdem muito valor num veículo usado.
- Concorrência: apenas preço não é o fator decisivo na escolha do modelo que o consumidor vai fazer. Muitos já não se fidelizam mais a uma determinada marca. Querem um veículo que atenda ao maior número possível de quesitos que são importantes na sua avaliação pessoal. Sedan, picape, perua? Para cada um, existem várias opções. Design, tecnologia, motor, porta-malas, espaço interno... Isso sem levar em conta o grande número de montadoras nacionais e estrangeiras. Com tantas variáveis envolvidas, faça uma tabela comparativa de preços e dos pontos fortes e fracos dos veículos que estão disputando a sua garagem.
*Marcos Crivelaro é professor PhD da FIAP e da Faculdade Módulo, especialista em matemática financeira e consultor em finanças. Co-autor do livro “Como sair do vermelho e tornar-se um investidor de sucesso”.
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