terça-feira, 27 de janeiro de 2009

ALPHA AUTOS 39ª EDIÇÃO - ALPHA ESPORTES


Tempo de mudanças
Automobilismo terá de se adaptar à crise

A notícia da saída da equipe Honda da Fórmula 1 pegou muita gente de surpresa. Mas, tratando-se de uma montadora com interesses puramente comerciais, não é de se espantar. Em tempo de crise, como agora, estas equipes subsidiadas por grandes empresas correm riscos, quando são somados prejuízos à falta de resultados.

Se a Honda tivesse uma história de vitórias na categoria, provavelmente o rumo seria outro. Poderiam argumentar que um time forte na Fórmula 1 ajudaria no fortalecimento da marca no mercado. Mas a verdade é que o desempenho da equipe não ajuda em nada. Em três anos de existência, o time de Brackley registrou apenas uma vitória, na Hungria, em 2006, com Jenson Button.

Em seu comunicado oficial, o presidente da empresa, Takeo Fukui, afirmou que a decisão foi tomada em função da crise da indústria automobilística e da contração da economia global. Diz ainda que continuarão comprometidos em encontrar novos desafios no automobilismo. Isso já serve para aliviar quem, como eu, temia pelo futuro da Indy, que tem na Honda sua única fornecedora de motores.

Ainda assim, existe a possibilidade da compra da equipe. David Richards, que foi diretor da B.A.R., quando da parceria com a montadora, já declarou interesse. No entanto, as coisas são mais difíceis do que pode parecer. Gerir uma equipe de Fórmula 1 nos dias de hoje, significa uma possibilidade muito grande de prejuízos. Em tempos de crise, não se encontra patrocinadores com a facilidade de outros tempos.

E o fator mais preocupante de toda esta história, no entanto, é que a saída da Honda pode não ser um fato isolado. Outras equipes financiadas pela indústria automobilística vivem, mais do que pela competição, pela exposição de sua marca. A Toyota já foi especulada como a próxima a sair da categoria. A Renault, a cada ano de insucessos, tem sua participação ameaçada.

No entanto, infelizmente, as subsidiadas não são as únicas equipes ameaçadas. A Williams, uma das escuderias mais tradicionais, vem apresentando prejuízos astronômicos desde a temporada de 2006. Não bastasse isto, o time de Frank Williams não consegue resultados expressivos desde 2004, quando Juan Pablo Montoya venceu o GP do Brasil.

Fato é que o automobilismo passará por sérias mudanças nos próximos meses. Em uma reunião da associação das equipes nesta semana, com a participação de Max Mosley, presidente da FIA, os dirigentes se comprometeram a reduzir drasticamente os custos da categoria já para 2009.

Em comunicado oficial, Luca di Montezemolo, presidente da entidade (e da Ferrari) afirmou que na reunião pôde ser visto o comprometimento e responsabilidade dos participantes. A FIA, em comunicado, afirma que a reunião foi a mais bem sucedida da história da F1 (estranho, não?) e que foram feitas propostas que visam a manter a categoria no topo do automobilismo mundial. Tomara!

Rápidas

O título da Stock Car, definido no último domingo, em Interlagos, ficou com Ricardo Maurício. O paulista garantiu o título chegando na 13ª posição e beneficiado pelo abandono de Marcos Gomes. Além do caneco, Maurício garantiu ainda uma vaga em 2009. Correrá pela Eurofarma RC, substituindo Cacá Bueno, que assumirá seu lugar na WA Mattheis.

Na Fórmula Truck o título ficou, pela quarta vez, com Wellington Cirino. O paranaense chegou a Brasília 14 pontos atrás de seu companheiro de equipe, Geraldo Piquet, que precisava apenas de um segundo lugar para garantir o campeonato. No entanto, na segunda metade da prova, Piquet perdeu rendimento e terminou apenas em sexto. Cirino se tornou o primeiro tetracampeão da categoria.

Quem quiser garantir lugar no GP do Brasil de 2009, já pode comprar seus ingressos, a partir de segunda-feira, pelo site www.gpdobrasil.com.br.

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